terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Por Fábio Lima

Quando o povo luta a cada dia para manter o seu lugar no emprego e não pode, de modo algum, ter um mau momento, sempre com o medo de perder o seu cargo, vemos cenas cada vez mais lamentáveis no nosso Parlamento, pelos nossos deputados, pagos pelos nossos bolsos. Fomos nós, na condição de eleitores, que colocámos na Assembleia da República todos os 230 deputados a tomar as decisões que afectam a nossa vida. Estaremos nós satisfeitos com aquilo que escolhemos? Creio que não.

Mas, ao contrário do que nós queríamos, no Parlamento não se decidem leis ou se dá «luz verde» para projectos concretos. O nosso Parlamento é, nos nossos dias, uma espécie de «jogo do gato e do rato» entre PS e toda a oposição.

Aquando das últimas eleições legislativas, muitos dos críticos do Governo Socialista rejubilaram: «agora todos terão voz e teremos um país à imagem de todos». Mas, um mês e meio depois da entrada na nova legislatura, não saem propostas concretas do centro de decisão do país, apenas se assistem a cenas cada vez mais lamentáveis.

O PS apresenta propostas, a oposição recusa-as, quase, sem as estudar. No Parlamento não se liga às ideias no papel, mas sim ao partido de onde elas são provenientes. Como poderá um país andar para a frente quando as decisões não são tomadas, tudo devido à mesquinhez dos líderes políticos que insistem em se comportarem como crianças, em vez de fazerem aquilo para que os elegemos?

Marcelo Rebelo de Sousa já ditou o «funeral» do governo de José Sócrates. «Não há país que aguente», exclamou Marcelo no seu programa da RTP «As escolhas de Marcelo». Se o Governo tem que remar contra marés e marinheiros, como é possível ter sucesso?

Agora surgiu a moda das comissões de inquérito: para o BPN, para o Magalhães, para o processo «Face Oculta»... Estarão os deputados sem nada para fazer que até têm que se meter em casos de justiça?

E depois há a questão dos comportamentos cada vez mais indignos no nosso Parlamento, só falta haver confronto físico como sucede em alguns países asiáticos. Enumero dois deles: a 2 de Julho de 2009, o Ministro Manuel Pinho, num dos derradeiros debates da última legislatura, após uma acalorada discussão com o deputado do PCP Bernardino Soares, simula um gesto de «corninhos», considerado correctamente com um acto insultuoso.

A 9 de Dezembro de 2009, Maria José Nogueira Pinto, no decorrer de uma sessão da comissão parlamentar de saúde, diz o seguinte: «há pouco estava a perguntar de onde saiu este palhaço que é o Senhor (Ricardo Gonçalves) e sabe porquê? Porque eu nunca tinha visto um palhaço permanente numa comissão parlamentar, mas acho que o devem eleito precisamente para nos animar.» Será este o comportamento que se quer, e se espera de alguém que tem o nosso futuro nas mãos? Creio que não.

PS: E ainda há os hábitos que os deputados mantêm durante a sua função: acesso ao Messenger para conversas privadas, chamadas telefónicas, consulta de sites, conversas paralelas em amena cavaqueira.

Feliz Sonae!

Por Daniel Candeias

Ah, o Natal! Época de amor, paz, prosperidade e rios de dinheiro gastos em consumo despropositado. Perdão… Consumo devidamente aplicado. Uma prenda para a mãe, outra para o pai, mais uma para a irmã, um livro para o cunhado, uns brinquedos para o sobrinho, uma caixa de chocolates para a avó, um gorro para o avô, algo dispendioso para a namorada, mais umas cuecas para os primos e uma série de lembranças para os amigos. Resultado? Saldo negativo!

Não fossem o marketing e a publicidade a minha grande paixão, diria que a culpa é de um pássaro gigante (digno de uma mutação chernobilense, resultado de uma possível relação extra conjugal entre o Poupas e a Pipi das Meias Altas) e de um hipopótamo (cujo anúncio mais recente não foi plagiado do videoclipe da Madonna, Hung Up) que surgem na televisão várias vezes ao dia. Ora estas duas figuras muito têm feito para suplantar a famosa criação de uma conhecida bebida, o Pai Natal. Mas não são só estas duas personagens que têm contribuído para a 'erosão' desta figura natalícia. Outra empresa com um slogan semelhante a algo do tipo 'Voltem sempre!' também mantém acesa a chama na aguerrida luta contra a imagem do Pai Natal. Vejam lá vocês que fizeram um anúncio com o velhote, fofinho e de barba branca de férias num local paradisíaco. E pronto! Quem quiser prendas vai lá ao sítio do «Voltem sempre» gastar umas notas. Sítio esse que, curiosamente, é, na maior parte dos casos, um apêndice da casa do pássaro gigante ou do hipopótamo amigo da Madonna. Curioso é também o facto de tudo isto ser pertença de um só grupo. Ou seja, o pássaro, o hipopótamo e o 'Voltem sempre!' são uma espécie de tríade difundida através da televisão e da rádio. Bem pensado senhores!

O pássaro gigante surgiu há uns anos atrás no seu máximo esplendor. Com o seu aspecto de mutante amigável convidava todos a dirigir-se ao mundo encantado dos brinquedos. Apesar das tentativas, voar era algo de muito estranho para ele. Por isso nunca voou. Limita-se a saltar e a andar, algo que seria perfeitamente aceitável caso fosse um pinguim, uma galinha ou uma avestruz. A verdade é que o aspecto do pássaro não tem nada a ver com isso e creio que o facto de não conseguir voar está a fazer com que o brilhantismo com que surgiu se esteja a desvanecer.

O hipopótamo também surgiu há algum tempo. Era uma figura muito querida, embora um pouco baralhada das ideias, pelo menos no que toca a relacionamentos. Tentou alguma coisa com o Toni Carreira, mas rapidamente percebeu que aquilo não ia funcionar. Este ano surgiu com as roupas da Madonna ao som de Buraka Som Sistema num anúncio que em nada favorece a sua imagem de bichinho da selva querido e fofinho. Além disso, um hipopótamo que dança, mexe o rabo e as maminhas como se fosse um atleta de alta competição não deve ser um hipopótamo muito normal. Ou então não é um hipopótamo. Portanto, a probabilidade da Madonna ter feito uma intervenção cirúrgica está neste momento com um índice percentual elevado.

Por fim, não querendo fazer nenhuma análise à evolução do 'Voltem sempre!', gostaria de deixar uma sugestão às mentes brilhantes que puseram o Pai Natal de férias (na televisão) e com uma voz do mais snob que poderia existir (na rádio). Meus caros, pôr o Pai Natal de férias? Acordem para a vida! O homem está de férias o ano todo e vocês querem colocá-lo a descansar no único mês que ele vai trabalhar? Ainda por cima só trabalha um dia. Vocês são tão bons a fazer coisas más; acho que conseguem fazer uma coisa um bocadinho melhor.

Queria deixar bem claro que vivo com muito medo de algum dia ter que me mascarar de Leopoldina ou de Popota para animar a noite de Natal aos meus filhos (aqueles que espero ter um dia). Por isso, para o Pai Natal da Coca-Cola, o qual me trazia brinquedos das lojas de comércio local, vai todo o meu apoio e solidariedade porque não é só o Mário Soares que é fixe. O Pai Natal também é! Feliz Sonae! Perdão… Natal!
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Por Inês Calhias, Joana Sousa, Joana Varela, Mafalda Ferreira

A nova resolução aprovada pelo Parlamento Europeu a 26 de Novembro visa a proibição total de fumar nos espaços públicos fechados. Esta medida, que reuniu 520 votos a favor, 53 contra e 45 abstenções, demonstra que o Parlamento pretende pôr em prática medidas contra o consumo de tabaco, mas, principalmente, proteger quem sofre com o fumo dos outros. Segundo o próprio parlamento, o tabaco representa a mais importante causa de morte evitável na União Europeia, pois morrem anualmente cerca de meio de milhão de pessoas, vítimas de doenças relacionadas com o consumo deste produto.

As razões que levam o PE a criar tantas medidas contra o consumo do tabaco são, por um lado, a necessidade de evitar que se percam tantas vidas em prol de um vício, directa ou indirectamente, e, por outro, questões ambientais.

Quanto à primeira razão, consideramos que todos os consumidores estão ao corrente das consequências do tabagismo. Hoje em dia, é do conhecimento comum que o tabaco é prejudicial à saúde. Porém, fumar é uma decisão pessoal, a qual nenhum governo pode contrariar; perante o respeito pela autonomia e liberdade de cada um. Mas, vemo-nos também obrigados a referir aqueles que sofrem deste mal, sem terem o vício. Cerca de 56% dos jovens são hoje fumadores passivos, e podem não sofrer consequências no presente, mas, no futuro, sentir-se-ão afectados pelo vício de outros.

Por outro lado, quanto às questões ambientais, os governos deveriam preocupar-se em combater a poluição de outras formas alternativas e pararem de perder o seu tempo e orçamento com questões menos pertinentes, que não afectam o planeta e o futuro deste, como o tabaco. Contudo, a proibição de fumar em espaços públicos fechados vai levar a que as pessoas continuem a seguir a tendência de «ir fumar para fora», o que, ironicamente, também polui.

É aceitável que haja uma sensibilização para o fim do consumo do tabaco, procurando cumprir o objectivo de pôr fim ao seu consumo. A questão é que ninguém vai deixar de fumar porque no pacote diz «Fumar Mata!», ou porque tem de pagar multas quando fuma nos sítios em que não é permitido. Muitos são os bares e cafés que não cumprem estas regras, porque correm o risco de perder clientes.

O PE tem pela frente uma luta contra a mentalidade dos indivíduos, pois alguns também se mostram preocupados com a situação das questões ambientais. Há sempre quem se interesse somente pela satisfação dos seus prazeres, ignorando o que se passa no seu planeta e as consequências que a satisfação do seu vício acarreta para outras pessoas.

Fontes
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1431611
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/tabaco-cigarros-fumar-fumadores-parlamento-europeu-estrasburgo/1106014-1730.html